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domingo, 7 de junho de 2015

UMA RESENHA HISTÓRICA DO BATUQUE DA ILHA DO MAIO

Batuque que é um género musical e dança sobejamente conhecida como nativo da Ilha de Santiago, mas que desde sempre fez parte das brincadeiras e festas da Ilha do Maio.

Não se sabe ao certo, quando é que o batuque entrou no dia-a-dia da gente do Maio, se de facto pertencia o estrato da população originária do Santiago como algumas vozes propalam, e tendo em conta a sua particularidade, fizesse parte dos cantares primórdios destes habitantes, adoptado da ilha vizinha e moldado ao temperamento local. 

Não há referências que possa estimar uma data, altura em que passou a fazer parte, de entre os muitos hábitos e costumes do Maio.

Sabe-se contudo, que antigamente a manifestação do batuque acontecia, nos três dias que antecediam a festa do casamento e batizado.

Sempre interpretadas pelas mulheres rodeados a uma mesa, batendo com as mãos sobre o tampo.

Poucas vezes dançada, talvez por receio a censura dos coléricos, tal como acontecia na ilha vizinha. 

O ponto mais alto da interpretação é expressa através dum acelerar do ritmo, acompanhada por uma modulação brusca da tonalidade inicial para uma oitava a acima e que culmina em gritos fogosos, ovações e palmas. 

Esta é o modelo típico que deu ao batuque do Maio um carácter diferente da do Santiago.

Uma outra diferença é também conferida ao ritmo. Enquanto o batuque da ilha do santiago é enriquecido com a sobreposição de um ritmo de 3 tempos sobre um ritmo de 2 tempos, a da ilha do Maio é “tocado” por um único movimento rítmico 6/8 em simultâneo, sem nenhuma alteração contrapontística, de início ao fim.

No final é servido a todos café e Djacré bem quentinho. (cuscuz feito de farinha de olho de milho) e sempre que possível uma canja de rolon e bandoga de bóde.

Por Tottavares

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